Com o apoio de um Sistema de Informação Geográfica (SIG) próprio do projeto, conseguimos alcançar uma percepção mais aprofundada do espaço estudado, permitindo novas leituras e interpretações. Iniciamos pela delimitação deste espaço, reconhecendo as fronteiras da zona da Mouraria, para depois acrescentar uma série de camadas que transmitem aspectos importantes aos tópicos de estudo.
Grande parte do material de suporte foi, e ainda será, implantado no SIG, de modo a proporcionar uma visão abrangente do espaço, facilitando a conexão entre os diversos levantamentos. Objetos essenciais a questões básicas do território, como a delimitação de largos, praças e espaços centrais, foram inseridos. Esses espaços serão posteriormente estudados por grupos de investigação no contexto da participação Erasmus+, tornando essencial a representação precisa das noções previamente estudadas para a continuidade do projeto.
Entre as camadas temáticas destacam-se as cartografias históricas, que, uma vez georreferenciadas, revelam a evolução espacial ao longo do tempo. O SIG do projeto, ainda em desenvolvimento, inclui levantamentos de cartografias históricas dos séculos XVIII e XIX. Embora variem em detalhe, essas cartografias, em conjunto, oferecem uma visão abrangente das transformações da área estudada. Pretende-se, ao longo das pesquisas, compreender melhor essas tendências transformativas, especialmente em relação aos traçados urbanos que persistem desde esses séculos.
Outras frentes investigativas, que abordam problemáticas latentes da região, também podem beneficiar do suporte da base cartográfica. Levantamentos, como o da densidade de Alojamentos Locais, ainda que pouco aprofundados até o momento, já foram inseridos no SIG.
Dessa forma, o SIG se mostra mais que uma ferramenta de agregação de dados territoriais, atuando como uma plataforma para pesquisa, reflexão e visualização. É um meio propício para estabelecer relações entre universos de dados complexos e para retratar as problemáticas estudadas pelo projeto de maneira eficaz e integrada.
Por Raphael Corrêa, aluno da Licenciatura em Arqueologia.