Diário de Campo, 25/03/2025

Neste dia realizamos pela primeira vez o percurso completo dos Largos da Mouraria. Este post do diário de campo centra-se na perspetiva de análise da Arte Urbana presente no território. Com esta observação pretendo criar um roteiro de arte urbana na Mouraria e estudar a relação da população (local e turistas) com os temas representados nas paredes. 

Começámos o percurso pelo Largo dos Trigueiros, onde as paredes estão bastante decoradas, não apenas com pinturas que parecem obedecer a um projeto específico (pela sua organização), como pelos anúncios dos cafés ou pela exposição “Um tributo” de C. Watson que visa destacar as residentes do território. Há ainda, no centro do largo, uma árvore coberta com crochê, que se encontra num mau estado de conservação.

Continuámos em direção ao Largo da Achada onde existe um grande grafiti contra o turismo e foi o único onde encontrei pinturas nas paredes que não fossem grafitis organizados. Na sequência do largo (à frente à Casa da Achada) há uma zona vedada com uma das paredes pintada (também aparentemente pensado), há ainda uma zona não vedada onde mais uma vez se encontram expressões espontâneas. 

Seguimos caminho para o Largo da Rosa. Este largo apresenta uma pintura grande que alude aos 16 anos da associação renovar a Mouraria. Parte do largo tem ainda uma referência artística à rede de compostagem comunitária da Mouraria com uma pequena “exposição” e uma explicação do projeto. O penúltimo largo por onde circulamos, foi o Largo das Olarias, onde não se encontram manifestações de arte urbana. 

Acabámos a nossa visita no Largo da Severa, que também era pouco movimentado, mas que tinha bastantes intervenções artísticas. No caminho de entrada tem um painel alusivo ao fado. Dentro do largo há pequenos desenhos estampados nas paredes e quadras alusivas aos Santos Populares. 

Nas ruas entre os largos, encontrámos um mural pintado anónimo (também projetado/pensado), uma pintura de moral da autoria de Inês Almeida Matos (@out.iam), várias caixas de eletricidade pintadas por Manoel Quiterio e algumas palavras escritas sem pinturas associadas. 

Artigo da autoria de Catarina Monteiro, aluna da Licenciatura em História.