Diário de Campo, 02/05/2025

Começámos o trabalho de campo por volta das 11h do dia 2 de maio, com o objetivo de perceber se os vários espaços comercias da confusão urbanística da mouraria ajudavam as várias comunidades do bairro a encontrarem-se.

.Uma imagem com nuvem, edifício, céu, ar livre

Descrição gerada automaticamente

Encontrámo-nos no Hub Criativo da Mouraria e de lá saímos com a ideia de fazer um questionário aos vários estabelecimentos que circundam os largos da Mouraria. Enquanto aguaceiros ainda caíam, aproveitámos para tomar café na pastelaria dos Lagares. Lá encontrámos um ambiente acolhedor, com dois irmãos que há 26 anos abriram o estabelecimento e nunca mais de lá arredaram pé. Enquanto bebíamos a bica, o carteiro entrou, espalhou o monte de cartas que tinha na mão e entregou diretamente a correspondência a um senhor de idade que lá estava. O dono respondeu amigavelmente ao nosso inquérito, enquanto ao mesmo tempo fazia duas torradas, devido ao número de clientes.

De lá seguimos em direção ao Largo do Severa. Vimos uma loja de souvenirs e minimercado e tentámos fazer o questionário. Porém, logo que falámos sobre um trabalho da faculdade, a cara do senhor que estava atrás do balcão congelou e só repetia um “no” em tom assustado. O facto de várias reportagens terem sido feitas sobre lojas deste género nos últimos dias terá, certamente, provocado mais desconfiança nas comunidades sul-asiáticas. 

Passámos por um ateliê em que a empregada, de maneira simpática, nos respondeu ao inquérito, referindo que vive dos turistas que lá passam e que até a oferta de produtos foi ajustada às suas preferências — como passar a vender produtos de tamanho mais reduzido, como pequenas peças de cerâmica, para agradar aos turistas.

Bella Bites, Restaurante de inspiração Italiana. Em que o empregado rapidamente chamou o "Boss" quando ouviu perguntas

Ainda tentámos a nossa sorte numa pizzaria, mas o empregado logo nos mandou falar com o “boss”. Este, que estava na loja de souvenirs ao lado, logo inventou uma desculpa e saiu com ar desconfiado. Novamente, ambos de origens sul-asiáticas demonstravam receio em responder ao que quer que fosse. Decidimos entrar no Largo as Severa e aí, finalmente, uma loja de souvenirs lá nos respondeu com poucas palavras, mas sem qualquer problema.

Porém, o ponto alto foi, sem dúvida, o almoço. Fomos ao Café Parreirinha um tasco que se localiza à entrada do Largo da severa. Lá, o empregado não hesitou em chamar-nos para entrar. O espaço era pequeno, não acomodava mais do que 20 pessoas. Com um balcão, duas ou três mesas, e o resto da sala acomodava a fritadeira e o local onde se temperava e preparava comida. Na esplanada, com a maior parte das mesas, ainda havia o grelhador — o elemento essencial.

O homem geria a conversa com as várias mesas, os pedidos e ainda a grelha. Surpreendeu-nos quando falou um francês exemplar e mudou rapidamente para um italiano aceitável. Tirando nós e um casal italiano, eram apenas clientes habituais. Os moradores, percebendo que não éramos estrangeiros, conversaram connosco, falando da sua vida e do que é ser do bairro. Disseram que todos podiam ser da Mouraria — bastava lá passarem o tempo. Falaram das comunidades sul-asiáticas como uma ilha na Mouraria, ao contrário de africanos, chineses e muçulmanos, que, demorando mais ou menos tempo, lá se integravam no bairro.

Os novos habitantes da Mouraria pareciam não ceder. “Nem celebram os Santos”, disse um deles — algo fulcral na identidade do bairro. A religião não era um problema, mas a falta de interesse nas festas e em ser parte ativa do bairro. A única exceção parecia ser um minimercado de uma tal Toni — o único membro desta nova vaga da Mouraria que estava perfeitamente integrado. Dona de um minimercado no coração da Mouraria. “O Toni já é português” — foi dito não como um mero ato admirativo, mas afirmando o espírito da Mouraria.

Depois de comermos o doce de abade que o empregado tão bem nos vendeu, fomos carinhosamente pedidos a sair, pois um grupo de pessoas chegava e o estabelecimento não tinha mais espaço para tanta gente. Pagámos e prometemos voltar, e um dos nossos novos amigos lá nos segredou que, se viermos mais vezes, começamos a pagar o preço de morador, que eles têm direito. Devido ao horário apertado, tivemos de acabar o trabalho por volta das 15h.

Artigo da autoria de Guilherme Teixeira, aluno da Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais.

Diário de Campo, 18/04/2025

O pretendido durante o tempo de observação na saída de campo de 18 de abril de 2025, sexta-feira, entre as 17:30 e as 19:15, foi o de encontrar indivíduos em momentos de  convívio nos espaços públicos, como largos, ruas, bancos, e espaços privados que se destinam ao convívio, como cafés, bares, entre outros. O objetivo destas observações é compreender em que tipo de espaços as diferentes populações, que são parte do bairro da Mouraria, o utilizam, e mais tarde tentar  compreender o porquê das diferenças encontradas.

O percurso seguiu várias ruas do bairro lisboeta, passando por largos e ruas com vários cafés e lojas, sendo mais propensas à vida social e coletiva das  pessoas que vivem no bairro, ou que por ele passam. É importante notar que o dia em questão era feriado (Sexta-feira Santa) e que se encontrava em período de férias escolares. 

Mapa do percurso com a marcação dos pontos fotografados.

Com esta observação, podemos começar a compreender melhor o tipo de utilização dos espaços mais utilizados para convívio nos espaços públicos da Mouraria. Utilizando a amostra, que apenas corresponde a uma altura do dia e a um dia específicos, conseguimos identificar alguns padrões entre  os grupos populacionais existentes no bairro.  

Primeiro, que é clara a existência de 3 grupos populacionais distintos, e que têm entre si muito poucas  interações sociais de convívio. Esses 3 grupos são identificados e caracterizados como: turistas de  diferentes nacionalidades; pessoas portuguesas; pessoas sul-asiáticas. Foi possível encontrar uma grande concentração de turistas na Rua e no Largo de S. Cristóvão, onde  utilizavam os equipamentos públicos (bancos). Observou-se ainda uma grande concentração de turistas  de nacionalidade não portuguesa no “Union Empanadas”, para além disso, o estabelecimento  “Catedrais Tapas Bar”, imediatamente ao lado do primeiro, estava frequentado, no exterior, apenas por portugueses, contrastando de forma muito clara as duas populações. Foi ainda interessante encontrar  um grupo de turistas na “Leitaria Brilhante”, por ser um espaço mais tradicionalmente português.

Os portugueses, residentes, ou não, observados na Mouraria, encontravam-se principalmente a conviver em cafés, em grupos apenas constituídos por portugueses. Observamos que se concentravam em cafés mais “tradicionais” e que utilizavam as suas mesas, consumindo nos mesmos. 

Os grupos e indivíduos sul-asiáticos que observamos encontravam-se a conviver em dois tipos de  espaços. Ou em minimercados, muitas vezes associados como sendo propriedade deste grupo de sujeitos, como o “Ali Minimercado & Doner Kebab House”, ou em espaços abertos, muitas vezes estando de pé. Estes sujeitos não foram observados em cafés nem estabelecimentos, seja a consumir ou apenas sentados. 

Com isto, pretendemos continuar a observar os espaços públicos de convívio da Mouraria, de modo a  compreender como as populações interagem e convivem entre si. Devem ser efetuadas observações  em horários e dias da semana diferentes, para conseguir obter uma imagem mais abrangente da situação em estudo. Para além disto, iremos realizar inquéritos aos proprietários e funcionários dos cafés e estabelecimentos do Bairro da Mouraria de forma a compreender mais aprofundadamente a sua  utilização.

Iremos ainda realizar os inquéritos anteriormente propostos a pessoas que trabalhem em  associações culturais e recreativas na Mouraria, de forma a compreender como são frequentadas as atividades que realizam e se tentam promover, de forma ativa, a interação entre os diferentes grupos sociais de existem no bairro, durante a observação conseguimos falar com uma pessoa  pertencente à “Casa da Achada – Centro Mário Dionísio”, e com quem iremos ter mais contacto futuro.

Artigo da autoria de Simão Abreu, aluno da Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais.

Diário de Campo, 11/04/2025

Iniciámos o nosso percurso nas escadinhas de São Cristóvão, na Rua da Madalena. Considero que esta aula em campo foi extremamente produtiva. Percorremos, grosso modo, o mesmo percurso das últimas saídas, começando pelo Largo dos Trigueiros. Observamos um grupo de turistas, maioritariamente homens, brancos, anglófonos, com idades compreendidas, aparentemente, entre os 20 e os 40 anos. 

É de notar que, de manhã, a Mouraria está menos movimentada. Sabemos que é uma zona de confluências novas, entre moradores locais (mais envelhecidos), emigrantes e turistas. A quantidade de população em idade ativa e empregada que habita nesta  zona pode-se indicar, como uma hipótese de primeira análise, em número inferior às zonas circundantes da cidade. Assim, o movimento pendular típico do período da manhã não se verifica com tanta expressão na Mouraria. 

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À conversa com Nuno Franco, mediador cultural da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, no Largo da Rosa.

Subimos as Escadinhas da Rua das Farinhas para nos encontrarmos com o Sr. Nuno Franco, mediador cultural da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior. É ele quem garante o contacto próximo da Junta de Freguesia com os moradores da Mouraria. Conversámos com o Sr. Nuno no Largo da Rosa. O Sr. Nuno, muito entendido das transformações que o bairro tem vindo a sofrer, foi quem criou a associação Renovar a Mouraria há mais de 20 anos. Assim, soube-nos fazer uma radiografia longitudinal daquilo que foram e são os principais desafios do bairro. Questionei-o relativamente ao tão mediático assunto da insegurança, que alegadamente tem vindo a crescer na cidade de Lisboa. A resposta dele ficou-me na memória: 

“Há quanto tempo vens para a Mouraria com as tuas professoras?” 

“Desde fevereiro”, respondi eu. 

“Vens sozinha, acompanhada, ou neste grupo?”

“Sempre com este grupo.”

“Alguma vez te sentiste insegura?”

“Não.”

“Então tens aí a tua resposta.”

De facto, saí da conversa com a impressão de que aquilo que vejo representado nas notícias e aquilo que sinto quando vou à Mouraria, no âmbito desta U.I., não coincidem. 

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À entrada do pátio do Palácio da Rosa.

Seguimos para o Palácio da Rosa, que está em renovação. Será um hotel de luxo – projeto que o Sr. Nuno não condena. Sem estar planeado, entrámos no edifício em obras. O que encontrámos foi fascinante: não só as alvenarias e as cruzes de Santo André das paredes despidas como dezenas de resmas do jornal “A Batalha”, um periódico anarquista português. Os volumes eram, aproximadamente, de 1985 a 2005. 

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À conversa com Paulo Silveira e Sousa, investigador do CHAM NOVA FSCH, no pátio do HUB Criativo da Mouraria da CML.

Depois de dedicarmos algum tempo a explorar, com alguma cautela, o Palácio da Rosa, seguimos para o Hub Criativo da Mouraria, para uma conversa com o Doutor Paulo Silveira e Sousa, historiador e morador do bairro. Falou-nos da história do bairro e da cidade de Lisboa, especialmente através de literatura coeva, que fica abaixo mencionada (ordem cronológica):

– João de Azevedo de Sá Coutinho, O Céptico, 1848.

– João de Azevedo de Sá Coutinho, O Misantropo, 1852.

– Fialho de Almeida, «O Roubo», in A Cidade do Vício, 1882, p. 59 e segs.

– Fialho de Almeida, «O violinista Sérgio num café da Mouraria», in Os Gatos, vol. I, n.º 2, 1889, p. 9.

– Abel Botelho, O Barão de Lavos, 1891.

– Carlos Malheiro Dias, Filho das Ervas, 1900.

– Norberto de Araújo, Fado da Mouraria: romance de costumes populares, 1931.

– Fernando Lopes, «Belarmino» (Documentário), 1964.

– José Saramago, Pequenas Memórias, 2006.

Artigo da autoria de Maria Exposto, aluna da Licenciatura em História.

Diário de Campo, 25/03/2025

Neste dia realizamos pela primeira vez o percurso completo dos Largos da Mouraria. Este post do diário de campo centra-se na perspetiva de análise da Arte Urbana presente no território. Com esta observação pretendo criar um roteiro de arte urbana na Mouraria e estudar a relação da população (local e turistas) com os temas representados nas paredes. 

Começámos o percurso pelo Largo dos Trigueiros, onde as paredes estão bastante decoradas, não apenas com pinturas que parecem obedecer a um projeto específico (pela sua organização), como pelos anúncios dos cafés ou pela exposição “Um tributo” de C. Watson que visa destacar as residentes do território. Há ainda, no centro do largo, uma árvore coberta com crochê, que se encontra num mau estado de conservação.

Continuámos em direção ao Largo da Achada onde existe um grande grafiti contra o turismo e foi o único onde encontrei pinturas nas paredes que não fossem grafitis organizados. Na sequência do largo (à frente à Casa da Achada) há uma zona vedada com uma das paredes pintada (também aparentemente pensado), há ainda uma zona não vedada onde mais uma vez se encontram expressões espontâneas. 

Seguimos caminho para o Largo da Rosa. Este largo apresenta uma pintura grande que alude aos 16 anos da associação renovar a Mouraria. Parte do largo tem ainda uma referência artística à rede de compostagem comunitária da Mouraria com uma pequena “exposição” e uma explicação do projeto. O penúltimo largo por onde circulamos, foi o Largo das Olarias, onde não se encontram manifestações de arte urbana. 

Acabámos a nossa visita no Largo da Severa, que também era pouco movimentado, mas que tinha bastantes intervenções artísticas. No caminho de entrada tem um painel alusivo ao fado. Dentro do largo há pequenos desenhos estampados nas paredes e quadras alusivas aos Santos Populares. 

Nas ruas entre os largos, encontrámos um mural pintado anónimo (também projetado/pensado), uma pintura de moral da autoria de Inês Almeida Matos (@out.iam), várias caixas de eletricidade pintadas por Manoel Quiterio e algumas palavras escritas sem pinturas associadas. 

Artigo da autoria de Catarina Monteiro, aluna da Licenciatura em História.

“Miradas” em Lisboa chega ao fim

Grupo das “Miradas” no Centro de Inovação da Mouraria.

Terminámos as 2 semanas intensivas de aprendizagem, trabalho e convívio que decorreram este ano na Mouraria, em Lisboa, entre 1 e 14 de Julho de 2024. Um grupo de cerca de 40 alunos e professores de universidades de Espanha, Itália e Portugal, unidos em torno do objectivo comum de olhar interdisciplinarmente este território e oferecer propostas pertinentes para a vida dos seus largos. 

São Olhares/Miradas multiculturais e internacionais, mas também multidisciplinares, desde a arqueologia, a antropologia, a arquitectura, o urbanismo, a geografia, a filosofia, a engenharia civil e a museologia. Nesta abordagem interdisciplinar olhámos para um território ainda mais diverso e multicultural, visitámos sítios e instituições, conversámos com pessoas da comunidade, e pensámos como tornar este bairro melhor para quem aqui vive.
Essa experiência não teria sido possível sem o apoio de toda a comunidade da Mouraria e de vários parceiros.

Deixamos assim aqui os nossos agradecimentos: 

Aos Professores Coordenadores deste Erasmus+BIP: Leonor Medeiros, Mafalda Pacheco, Matteo Puttilli, Mónica Alcindor, Panagiotis Bourlessas, Sonia De Gregorio Hurtado, Waltraud Müllauer-Seichter e Francisco Jose Morales Yago.

Aos Professores Convidados e Conferencistas: Roberto Goycoolea, Iñigo Sánchez-Fuarros, Marluci Menezes, Patrícia Santos Pedrosa, Paz Núñez, Rui Florentino, Patrícia Melo e Bruno Maltez.

Aos alunos, Joana Semedo, Alyson Almeida de Oliveira, Matilde Santa Clara Mendes Pinto, Diogo Sebastião, José Antonio Ávila Blanco, Esther Sanz López-Argumedo, Estefanía Valencia Vences, Francisco Almansa Ruiz, Lara Montejo García, Erhimo Mohamed Mohamed, Laura Hervás Morte, Inés Lorenzo Fernández, Itziar Abril Gil, Pablo Gómez Arenas, Tsu An Lee, Alun Sagara Putra, Anugrah Dipti Hemrom, Maria Teresa Mazzotta, Margarita Li, Niccolò Caroti, Dario Arroyo Estrela, Adrián Artero González, Luis Gerardo Cárdenas, Raúl Lacruz Rodríguez, Álvaro Herrera Fernández, Natalia Hinojosa Casado, África Lahulla Guerra, Amalia T. López Hernández, Lucía Torres Huamántica, e Alicia Ubierna Cid.

Ao programa Erasmus+ e às Universidade NOVA de Lisboa, Universidad Nacional Educación a Distancia, Universidad Politécnica de Madrid, Universidade Portucalense Infante D. Henrique, e Università degli Studi di Firenze.

A quem nos recebeu para conferências, visitas e outras experiências que fazem parte da missão Erasmus: NOVA City Lab, Museu de Lisboa – Museu do Teatro Romano, Ordem dos Arquitectos, Arquivo Histórico Municipal de Lisboa – Arquivo Fotográfico, Casa da Achada, Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial, Casa Museu Fernando Maurício, e Cozinha Popular da Mouraria. 

E um agradecimento muito especial aos parceiros no terreno, sem os quais esta experiência não teria sido possível: à Associação Renovar a Mouraria (em especial à Filipa Bolotinha), à CM de Lisboa e Junta de Freguesia de Santa Maria Maior (em especial ao Nuno Franco) e à nossa segunda casa ao longo deste projecto, o Centro de Inovação da Mouraria (em especial à Maria do Rosário e toda a equipa).

Miradas sobre la ciudad #10

11/07/2024

Neste dia, os alunos estiveram a finalizar as apresentações, que se realizaram às 16 horas, no Centro de Inovação da Mouraria. Os cinco grupos apresentaram, ao longo de quinze minutos, os largos trabalhados, através de uma descrição do espaço, assim como de um breve contexto histórico do mesmo. De seguida, partilharam um resumo das características que compõem o largo, abordando as suas mais-valias ou vantagens e fraquezas/ameaças. Por fim, como solicitado no início do projecto, os vários grupos apresentaram as suas propostas e soluções de combate aos problemas identificados. Foram referidas soluções de carácter mais ou menos interventivo, que pretendiam (ou não) fomentar o dinamismo nos espaços. 

A abordagem interdisciplinar do projecto resultou em propostas bastante diversificadas devido à metodologia utilizada e aos diferentes contextos e referências dos alunos. Desde soluções que utilizavam como recurso a arquitectura, à análise antropológica e à metodologia historiográfica ou geográfica, todos os contributos distintos fomentaram um diálogo rico assente no cruzamento entre áreas.

Durante as apresentações, estiveram presentes profissionais do Centro de Inovação da Mouraria e também da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.

Às apresentações seguiu-se um momento de convívio que contou com a participação da Union Portugal e das suas empanadas que proporcionaram um fim de tarde muito bem passado entre toda a equipa.

Miradas sobre la ciudad #9

10/07/2024

Durante a manhã os alunos voltaram para os largos, com o objectivo de finalizar o trabalho de campo. Neste dia, a equipa participou numa visita à NOVA City Lab, no Colégio Almada Negreiros.

Ainda na FCSH, os alunos começaram a preparar as suas apresentações finais para expor no dia seguinte, terminando as reflexões, soluções e propostas relativamente aos largos em estudo.

Miradas sobre la ciudad #8

9/07/2024

Na terça-feira começámos o dia com uma aula dada pelo professor Francisco Morales Yago da Universidad Nacional de Educación a Distancia no âmbito do Ciclo de Conferências, que incidiu sobre os “Processos de Gentrificação”, onde foram abordadas as temáticas da transformação das cidades e dos desafios que daí resultam.

No mesmo dia, ainda no âmbito do Ciclo de Conferências, a equipa assistiu a duas apresentações sobre “Usos do Lugar e Intervenção em Espaço Urbano”, por dois membros da equipa Sparqs, a economista Patrícia Melo (ISEG) da BiciCultura e pelo arquitecto Bruno Maltez da SquarePanda, no qual foram apresentados projectos como o “sparqs”, uma iniciativa que pretende, através da criação de mobiliário urbano, fomentar o usufruto mais democratizado do espaço público.

Programa “Beleza do Lugar e Gentrificação”:

Francisco Morales Yago (Universidad Nacional de Educación a Distancia), Processos de Gentrificação

Programa “Usos do Lugar e Intervenção em Espaço Urbano

Patrícia Melo (Lisbon School of Economics and Management)

Bruno Maltez (SquarePanda)

Moderação: Mafalda Batista Pacheco (FCSH – NOVA)

Miradas sobre la ciudad #6

6/07/2024

No sábado, os alunos continuaram a realizar o trabalho de campo nos diferentes largos e apresentaram, em grupo, as conclusões obtidas depois da primeira semana do programa “Erasmus+ BIP Miradas sobre la ciudad”. Foram também partilhados alguns mapas mentais, desenhos e esquemas elaborados pelos membros da equipa.

Miradas sobre la ciudad #5

5/07/2024

Na sexta-feira, no Centro de Inovação da Mouraria, os cinco grupos realizaram apresentações, no âmbito de dois exercícios lançados no dia anterior. O primeiro consistia em associar vivências e memórias pessoais aos largos e o segundo correspondia a uma actividade colectiva através da qual o grupo deveria imaginar que palavras ou expressões o largo diria se falasse. Durante as apresentações, os alunos partilharam os textos elaborados em grupo, dando origem a reflexões sobre a identidade e o quotidiano nos vários espaços da Mouraria.

Depois de almoço, foi realizada uma visita-guiada à Casa-Museu Fernando Maurício, um projecto da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior que pretende homenagear a vida e obra do fadista. A visita a este equipamento cultural foi imprescindível para dar a conhecer à equipa esta figura que integra uma parte importante da identidade da Mouraria.

Ainda neste dia, houve jantar na Casa de Fados, Maria da Mouraria, onde toda a equipa teve a oportunidade de vivenciar este ambiente tipicamente lisboeta, num dos bairros considerado um dos berços do Fado.